De caráter inflamatório e crônico, a hidradenite supurativa (HS) é uma doença dermatológica que afeta os folículos pilosos (região responsável pelo nascimento e crescimento dos pelos), especialmente em áreas de dobras da pele como axilas, sob as mamas, região genital e perianal.
Geralmente, as lesões causadas pela hidradenite supurativa podem progredir e transformar-se em nódulos (caroços), abscessos (cheios de pus, comumente confundidos com furúnculos) e fístulas (túneis interligados abaixo da pele).
O paciente afetado pela doença pode sentir dor, desconforto e experimentar limitações de mobilidade, o que frequentemente desencadeia impactos emocionais significativos como depressão e sentimentos de frustração.
Embora o diagnóstico da hidradenite supurativa seja desafiador devido à possibilidade de ser confundida com infecções, identificar a doença precocemente é imprescindível para iniciar o tratamento de maneira eficaz, reduzindo os impactos e complicações que ela pode acarretar na vida do paciente.
Como a hidradenite supurativa se manifesta?
As lesões se manifestam na pele, tanto em sua superfície quanto nas camadas mais internas. As áreas do corpo sujeitas a constante fricção são particularmente propensas a serem afetadas. Com o passar do tempo, essas lesões podem resultar em cicatrizes, já que as crises são recorrentes, ocorrendo pelo menos de duas a três vezes em seis meses.
Como as áreas de manifestação da HS estão, quase sempre, próximas a muitos linfonodos, as cicatrizes resultantes podem interferir no sistema de drenagem linfática, causando inchaço nos braços, pernas ou áreas genitais. Um percentual significativo, noventa e sete por cento dos pacientes, experimentam dor crônica.
Quais pacientes são mais afetados pela doença?
Embora a hidradenite supurativa seja três vezes mais comum em mulheres, os homens também podem ser afetados por essa condição. As lesões tendem a surgir após a puberdade e são mais prevalentes em adultos jovens, geralmente entre 20 e 40 anos. A HS é mais frequentemente observada em pessoas com predisposição genética, especialmente aquelas com histórico familiar da doença.
Como é feito o diagnóstico?
Homens e mulheres que apresentam alguns dos sintomas mencionados anteriormente devem buscar orientação de um dermatologista, que realizará uma avaliação clínica da hidradenite supurativa. O médico levará em conta aspectos como a aparência das lesões, sua localização e frequência.
Há várias abordagens para avaliar a gravidade da doença, seu impacto na qualidade de vida do paciente e as alternativas de tratamento, conforme evidenciado por diferentes parâmetros. Com base no critério selecionado, a hidradenite supurativa pode ser classificada como:
1 – Leve
Os nódulos e abscessos podem ser isolados ou múltiplos. Ainda não há formação de túneis nem cicatrizes. Os inchaços já apresentam sensibilidade e há inflamação nas axilas, sob os seios, na virilha, nas nádegas e na parte interna da coxa. Inicialmente, essas protuberâncias têm consistência firme, com tamanho comparável a uma ervilha, podendo ser confundidas com acne, pelos encravados e infecções sexualmente transmissíveis, como a herpes.
2 – Moderada
Ocorrem abscessos recorrentes (lesões semelhantes a furúnculos) em áreas com cicatrizes e lesões com presença de pus. As cicatrizes podem surgir após múltiplas recorrências na mesma região.
3 – Grave
Os abscessos surgem em várias regiões e em grande número. Podem atingir o tamanho de uma bola de golfe, com numerosos canais interconectados contendo pus (fístulas), resultando em cicatrizes graves e liberação de pus com odor desagradável.
Tratamentos recomendados para hidradenite supurativa
O tratamento para a HS deve ser realizado de acordo com a gravidade da doença. Em alguns casos, são prescritos antibióticos em creme ou via oral. Os medicamentos anticoncepcionais, imunomoduladores e imunossupressores também podem ser empregados. No entanto, em casos graves, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para remover o tecido alterado.
Vale lembrar também que, além do tratamento medicamentoso, o médico pode recomendar mudanças no estilo de vida como controle de peso, dieta, prática de atividades físicas e abandono do tabagismo.
É crucial ressaltar que o acompanhamento médico é imprescindível durante todo o processo de tratamento. Esse acompanhamento deve ser realizado por um dermatologista, que avaliará o progresso do paciente e fará os ajustes necessários no plano terapêutico conforme a evolução da condição.