A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crônica que atinge até 20% das crianças e 3% dos adultos. Essa condição apresenta sintomas bem específicos como secura extrema da pele e coceira intensa, que podem levar ao desenvolvimento de lesões inflamatórias (eczemas). Com o tempo, essas lesões podem evoluir para feridas e infecções, complicando ainda mais o quadro clínico.
A maior parte dos pacientes apresenta um quadro leve da doença, que pode ser gerenciado com hidratação frequente e uso de corticoides tópicos. No entanto, existem pessoas que sofrem com a forma grave da doença, a qual não pode ser controlada com os tratamentos convencionais.
Esses pacientes experimentam coceira intensa, lesões espalhadas por todo o corpo e infecções cutâneas recorrentes, o que compromete significativamente a qualidade de vida e pode levar à depressão e ansiedade.
Felizmente, em fevereiro de 2018, foi lançado no Brasil um novo medicamento para dermatite atópica, o Dupilumab. Trata-se de um imunobiológico, uma nova categoria de medicamentos que está revolucionando o tratamento de doenças graves em várias áreas da medicina.
Os imunobiológicos são compostos por proteínas recombinantes, concebidas através de engenharia genética para se assemelharem às proteínas humanas. No caso do Dupilumab, sua função é inibir as citocinas responsáveis pelo processo inflamatório da pele, como IL-4 e IL-13.
Os estudos realizados até o momento demonstram que o Dupilumab representa uma verdadeira revolução no tratamento da dermatite atópica moderada e grave. De acordo com as pesquisas clínicas, 59% dos pacientes experimentaram uma significativa redução na coceira após o uso de Dupilumab em conjunto com corticoides tópicos.
Além disso, 39% dos pacientes alcançaram uma remissão completa ou quase completa das lesões cutâneas após 16 semanas de tratamento. Observou-se também que 85% dos pacientes apresentaram uma melhora geral dos sintomas da dermatite atópica.
É relevante destacar que apenas 1,8% dos pacientes precisaram interromper o tratamento devido a efeitos colaterais, os quais foram geralmente leves e facilmente controláveis. Esses resultados evidenciam o potencial do Dupilumab como uma terapia eficaz e bem tolerada para pacientes com dermatite atópica moderada ou grave.
Mas atenção: a prescrição deste medicamento só pode ser feita por um médico dermatologista, que poderá avaliar cuidadosamente cada caso e determinar a melhor abordagem terapêutica para o paciente. É essencial seguir as orientações médicas durante todo o processo de tratamento, garantindo assim uma terapia segura e efetiva para o controle da dermatite atópica.
